Longe vão os tempos em que os automóveis se diferenciavam uns dos outros pelo design, mecânica, equipamento, postura no mercado, ou até mesmo pelos sons emitidos quando estavam em funcionamento.
Hoje em dia, dificilmente se encontra uma marca que seja realmente genuína. De facto, o mundo automóvel começa a perder uma certa identidade individualista, para dar lugar a uma globalização desenfreada de peças e componentes, que permitem um melhor desenvolvimento das marcas, já que se salvaguardam custos adicionais.
Contudo, não foi só ao nível mecânico que os carros perderam identidade própria. Também a maneira como são vendidos e a própria personalidade destes se generalizou.
Outrora, no tempo dos cromados, dos bancos em napa, e dos carburadores e platinados, os automóveis afirmavam todo o seu esplendor. Quem não conhece o trabalhar característico de um Carocha, típico de um verdadeiro carro arrefecido a ar; ou de um motor Indenor diesel da Peugeot, que equipava, por exemplo, os 404, 504 e 505; ou ainda o tilintar bonito que os Datsun 1000, 1200, 120 y, etc. emitiam quando puxados mais ao limite. Outros mecanismos que não passavam despercebidos eram, sem dúvida, os das Austin Sherpa e das Dodge, cujos sons eram algo “desajeitados”. No outro extremo, encontrava-se o trabalhar inconfundível dos Ferrari e dos Porsche - com motores Boxer arrefecidos a ar – e, ainda, dos 6 cilindros da Jaguar. Também os pequenos Fiat, com motor atrás, possuíam uma alma muito própria, para além de todos os outros componentes que os caracterizavam. Mas eram realmente os americanos que sobressaíam no panorama automobilístico mundial. Modelos imortais de há 40, 50 anos atrás, ostentavam um carisma muito próprio. De tal maneira, que ainda hoje não passam despercebidos. São exemplos do que foi referido: o Ford Thunderbird e Mustang; Dodge Charger; Pontiac GTO; Chevrolet Corvette; entre muitos outros. O aspecto, mas sobretudo os motores V8, faziam arrepiar todos, até os mais indiferentes nestas coisas.
Ao longo do tempo as marcas foram-se aliando no desenvolvimento de projectos, como por exemplo, ao nível dos motores e plataformas. Outras foram absorvidas por grupos maiores ou mais poderosos.
Actualmente, temos um cenário unificador, que nos faz perder o desejo de nos afirmarmos de maneira muito própria: quem adquirir um Fiat Punto Multijet, acaba por comprar um Opel Corsa; aqueles que optarem por um Suzuki a gasóleo, trarão consigo o motor italiano. A Chrysler utiliza motores diesel da Mercedes, e a Ford, Citroën e Volvo partilham o HDI com a Peugeot. O grupo Volkswagen equipa todos os seus modelos com os mesmos blocos a gasolina e os seus famosos TDI, para não falar nas restantes peças. A BMW já equipou os Range Rover com os seus TDS 2.5 de 6 cilindros e a Rover – já falida, mas entretanto adquirida por um grupo chinês – chegou a receber blocos nipónicos. Do outro lado do mundo, os japoneses da Nissan partilham componentes e propulsores com a Renault. Assim, na aquisição de um Nissan a diesel, a Renault oferece-lhe o seu motor dci.
Ao nível dos equipamentos e do design, a mesma unificação parece não ter fim. Os Jaguar – apesar de terem sido adquiridos recentemente pela indiana Tata – assemelham-se aos Ford. As carrinhas da Renault, principalmente as de alta gama, parecem as station wagon da marca americana. Os Audi e Mercedes, apesar de bonitos, não oferecem carroçarias arrebatadoras. Salvo os desportivos, mesmo ousados, que continuam também muito semelhantes. Tirando um ou outro modelo, a conjugação dos ângulos rectos com os redondos começa agora a estar à beira do limite e da exaustão.
No que respeita às cores, a tendência é vermos cada vez mais automóveis com as mesmas definições: cinzentos “prata” e escuros; pretos; e brancos. Os tons ousados são agora obra do passado.
Do ponto de vista do mercado dos antigos, aquilo que agora é mais desprezado, por ter menor valor comercial, terá que ser obrigatoriamente incluído no classicismo de amanhã, uma vez que praticamente só se vendem veículos a diesel.
Num futuro próximo haverá um cenário automobilístico pintado de uma só cor, onde teremos de ter a capacidade de descobrir as várias nuances e tons, de acordo com as características de cada um, em particular.
Hoje em dia, dificilmente se encontra uma marca que seja realmente genuína. De facto, o mundo automóvel começa a perder uma certa identidade individualista, para dar lugar a uma globalização desenfreada de peças e componentes, que permitem um melhor desenvolvimento das marcas, já que se salvaguardam custos adicionais.
Contudo, não foi só ao nível mecânico que os carros perderam identidade própria. Também a maneira como são vendidos e a própria personalidade destes se generalizou.
Outrora, no tempo dos cromados, dos bancos em napa, e dos carburadores e platinados, os automóveis afirmavam todo o seu esplendor. Quem não conhece o trabalhar característico de um Carocha, típico de um verdadeiro carro arrefecido a ar; ou de um motor Indenor diesel da Peugeot, que equipava, por exemplo, os 404, 504 e 505; ou ainda o tilintar bonito que os Datsun 1000, 1200, 120 y, etc. emitiam quando puxados mais ao limite. Outros mecanismos que não passavam despercebidos eram, sem dúvida, os das Austin Sherpa e das Dodge, cujos sons eram algo “desajeitados”. No outro extremo, encontrava-se o trabalhar inconfundível dos Ferrari e dos Porsche - com motores Boxer arrefecidos a ar – e, ainda, dos 6 cilindros da Jaguar. Também os pequenos Fiat, com motor atrás, possuíam uma alma muito própria, para além de todos os outros componentes que os caracterizavam. Mas eram realmente os americanos que sobressaíam no panorama automobilístico mundial. Modelos imortais de há 40, 50 anos atrás, ostentavam um carisma muito próprio. De tal maneira, que ainda hoje não passam despercebidos. São exemplos do que foi referido: o Ford Thunderbird e Mustang; Dodge Charger; Pontiac GTO; Chevrolet Corvette; entre muitos outros. O aspecto, mas sobretudo os motores V8, faziam arrepiar todos, até os mais indiferentes nestas coisas.
Ao longo do tempo as marcas foram-se aliando no desenvolvimento de projectos, como por exemplo, ao nível dos motores e plataformas. Outras foram absorvidas por grupos maiores ou mais poderosos.
Actualmente, temos um cenário unificador, que nos faz perder o desejo de nos afirmarmos de maneira muito própria: quem adquirir um Fiat Punto Multijet, acaba por comprar um Opel Corsa; aqueles que optarem por um Suzuki a gasóleo, trarão consigo o motor italiano. A Chrysler utiliza motores diesel da Mercedes, e a Ford, Citroën e Volvo partilham o HDI com a Peugeot. O grupo Volkswagen equipa todos os seus modelos com os mesmos blocos a gasolina e os seus famosos TDI, para não falar nas restantes peças. A BMW já equipou os Range Rover com os seus TDS 2.5 de 6 cilindros e a Rover – já falida, mas entretanto adquirida por um grupo chinês – chegou a receber blocos nipónicos. Do outro lado do mundo, os japoneses da Nissan partilham componentes e propulsores com a Renault. Assim, na aquisição de um Nissan a diesel, a Renault oferece-lhe o seu motor dci.
Ao nível dos equipamentos e do design, a mesma unificação parece não ter fim. Os Jaguar – apesar de terem sido adquiridos recentemente pela indiana Tata – assemelham-se aos Ford. As carrinhas da Renault, principalmente as de alta gama, parecem as station wagon da marca americana. Os Audi e Mercedes, apesar de bonitos, não oferecem carroçarias arrebatadoras. Salvo os desportivos, mesmo ousados, que continuam também muito semelhantes. Tirando um ou outro modelo, a conjugação dos ângulos rectos com os redondos começa agora a estar à beira do limite e da exaustão.
No que respeita às cores, a tendência é vermos cada vez mais automóveis com as mesmas definições: cinzentos “prata” e escuros; pretos; e brancos. Os tons ousados são agora obra do passado.
Do ponto de vista do mercado dos antigos, aquilo que agora é mais desprezado, por ter menor valor comercial, terá que ser obrigatoriamente incluído no classicismo de amanhã, uma vez que praticamente só se vendem veículos a diesel.
Num futuro próximo haverá um cenário automobilístico pintado de uma só cor, onde teremos de ter a capacidade de descobrir as várias nuances e tons, de acordo com as características de cada um, em particular.
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