segunda-feira, janeiro 05, 2009

Artigo: Breves Noções sobre a Marca Citroën

André Citroën, cidadão industrial francês, decidiu também ele, tal como os Peugeot e Renault, fundar uma fábrica de automóveis nos finais do século XIX. Ao longo do tempo, a empresa tem marcado o sector com inúmeros modelos dignos de registo e tem contribuído, de forma inequívoca, para o desenvolvimento do automóvel.
Na década de 20, esta ficaria marcada por vários produtos, nomeadamente por um, em particular, de seu nome, C4. Este veículo, para além de muito fiável, seria adaptado com um mecanismo equivalente aos tanques de guerra, que o permitia aceder a terrenos menos comuns. Um outro que se tornou famoso seria, sem dúvida, o 2 CV, que apareceu pela primeira vez nos anos 30, com um único farol dianteiro. Este modelo atingiria grande sucesso até aos finais dos anos 80, tornando-se num clássico de respeito, já nos dias que correm. A sua mecânica extremamente simples, o seu motor de 603 c.c., as suspensões e o design, fizeram dele uma referência ao longo do tempo. Outro carro que faria furor, sensivelmente na mesma altura e, num segmento mais elevado, seria o 5 HP, destinado a uma classe social mais refinada. O seu sucessor, a famosa “Arrastadeira” (Traction Avant), revelar-se-ia como um automóvel de excepção, dadas as características que ostentava. Infelizmente, André Citroën viria a falecer antes da apresentação deste ao público.
Todavia, o grande sucesso da Citroën chegaria ao mercado nos anos 50. Trata-se do ID/DS, modelo que acabaria por ser considerado pelos entendidos, como um dos melhores carros do mundo, dada a sua inovação para a época. Travões assistidos, direcção assistida, suspensões hidráulicas, motores de alta cilindrada e um conforto soberbo, faziam do “Boca de Sapo”, como ficou conhecido em Portugal, uma verdadeira berlina de luxo. Anos mais tarde a marca francesa introduziria algumas modificações, como os faróis que viravam conforme o manuseamento da direcção.
Na década de 60, esta casa introduziria no mercado outros produtos, como por exemplo o Méhari e o Ami, muito semelhantes ao 2CV do ponto de vista mecânico. Posteriormente, surgiu o Pallas, inicialmente com uma grelha do tipo “favo” que seria substituído mais tarde pelo GSA, já com acabamentos em plástico. O CX surgia, em 1975, como substituto directo do ID/DS, apresentando motores e outros aspectos mecânicos semelhantes aos Peugeot, tal como o famoso furgão HY, com motor INDENOR 2.1, oriundo da marca do leão. Aliás, seria a partir daqui que a Peugeot se uniria à Citroën, adquirindo as suas acções formando-se, desta forma, o grupo PSA. Anos mais tarde também a Talbot/Simca e a Chrysler Europa viriam a fazer parte deste grande grupo. O CX, como verdadeiro topo de gama, já no início dos anos 80, ostentaria ainda versões dignas de registo, como o turbo 2 com o famoso motor Peugeot de 2498 c.c. que equipava os 505 e o GTI.
Os Peugeot 104 e os primeiros 205 partilhavam motores a gasolina com o Visa, que surgiu nos fins da década de 70. Mais tarde o AX e o Saxo partilhariam os mesmos blocos 954 e 1124 c.c. com os 205 (2ª geração) e com os 106. Posteriormente, o 206 apresentava igualmente, este último bloco.
Muito outros carros fizeram furor, ao longo da história da marca do double chevron. Actualmente, a Citroën continua a apostar nos seus requisitos de sempre: conforto, suspensões e, mais do que nunca, segurança e qualidade de construção, para além do design vanguardista que a caracterizou até aos anos 70. Exemplos claros disto são, sem dúvida, o C3 – que segundo a crítica é um carro que se apresenta moderno, seguro, amplo e com qualidade (apesar de vir ainda equipado com estes velhos propulsores, referidos anteriormente, que apesar de antiquados, são de facto, fiáveis) – mas também o C4 e as versões Picasso destinadas à família.
O C5 marca uma evolução nos topos de gama da casa e nos dias que correm, o C6 afirma-se como uma berlina de luxo, à altura dos alemães, embora sejam dignos de registo na história desta casa, o CX e os ID/DS. Este último, como foi referido em epígrafe, foi sem dúvida uma dos melhores do carros do mundo, na época.
A Citroën com o seu trabalho mais recente tem mostrado que pode estar à altura da concorrência, sendo até uma opção bastante credível nos modelos mais baixos.

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